Essa frase, que dá título ao Cap. VI de Memórias Póstumas, é parte de um
diálogo entre o personagem Rodrigo, conhecido como “Le Cid”, herói épico
do século X, e Ximena, sua amada, ambos personagens de Le Cid, uma
tragédia em cinco atos escrita por Pierre Corneille (1606-1684), em 1637.
Nela, Corneille se apropria da história de um herói da Espanha medieval – El
Cid – do poema anônimo El cantar del mio Cid (século XI), focalizando-o
pela perspectiva da estrutura do drama clássico francês.
A citação, retirada da tragédia O Cid (Le Cid, 1637), de Corneille, está
invertida e ganhou dois pontos de interrogação que não existem no original,
em que se lê: “CHIMÈNE: Rodrigue, qui l’eût cru… / DON
RODRIGUE: Chimène, qui l’eût dit…”. Traduzindo: “XIMENA: Rodrigo,
quem o teria acreditado… / DON RODRIGO: Ximena, quem o teria dito…”.
(Ato III, cena IV).
Nesse resto de diálogo, ambos os personagens mostram sua incredulidade
frente ao inesperado. O mesmo acontece nesse trecho do capitulo VI, no qual
o defunto-autor, em seu leito de morte, narra seu espanto pela chegada de
Virgília, sua amada da juventude.
[Fonte: machadodeassis.net; disponível em: https://machadodeassis.net/texto/memorias-postumas-de-bras-cubas/5985/comment_id/6137]