28.2 JANELAS [Cap. CV Equivalência das janelas] Dona Plácida fechou a porta e caiu numa cadeira. Eu deixei imediatamente a alcova, e dei dois passos para sair à rua, com o fim de arrancar Virgilia; foi o que disse e em bem que o disse, porque Dona Plácida deteve-me por um braço. Tempo houve em […]
28.2 JANELAS
[Cap. CV Equivalência das janelas]
Dona Plácida fechou a porta e caiu numa cadeira. Eu deixei imediatamente a alcova, e dei dois passos para sair à rua, com o fim de arrancar Virgilia; foi o que disse e em bem que o disse, porque Dona Plácida deteve-me por um braço. Tempo houve em que cheguei a supor que não dissera aquilo senão para que ela me detivesse; mas a simples reflexão basta para mostrar que, depois de dez minutos na alcova, o gesto mais genuíno e cordial não podia ser senão esse. E isto por aquela famosa lei das equivalências das janelas, que eu tive a satisfação de descobrir e formular, no capítulo LI. Era preciso arejar a consciência. A alcova foi uma janela fechada; eu abri outra com o gesto de sair, e respirei.
Imagem disponível em: https://pixabay.com acesso em 04/05/2022.