pêndula

[Cap. LIV A pêndula] Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse  tic-tac soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e da morte, a tirar as […]

[Cap. LIV A pêndula]

Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse  tic-tac soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim: 

— Outra de menos… 

— Outra de menos… 

— Outra de menos… 

— Outra de menos… 

Imagem: O pêndulo de Foucault

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